quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

No tempo de Deus

“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se. Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz.” (Eclesiástes 3, 1-8) Podemos começar o nosso dia com essa Palavra de vida. Como nos custa muitas vezes (ou sempre) sofrer as demoras de Deus, esperar com paciência o momento que Deus está nos preparando, e que será o tempo oportuno, o tempo exato para desfrutarmos com plenitude de suas promessas em nossa vida. Viver momentos de dor e permanecer firme, sentir-se humilhado e manter a paciência, ser provado pelo fogo para encontrar seus limites e deparar-se com a misericórdia de Deus, que se revela em sua grandeza infinita… tudo isso encontra abrigo consolador quando olhamos para dentro de nós e aceitamos que só podemos dar aquilo que temos em nós mesmos e que essa verdade se estende ao outro. Mesmo diante das experiências pelas quais já passamos, há momentos em que nos encontramos na figura daquele passarinho dentro do ninho e no alto da mangueira. Ainda que orientado por sua mãe de que não era seu tempo de voar, o passarinho insistiu que já estava pronto e que podia viver esse novo tempo. Nessa teimosia corajosa e na ânsia de ver, sentir e fazer a vida acontecer, como o passarinho, quantas vezes decidimos ousar e nos colocamos a voar? Negligenciamos evidências. E, ao sairmos do ninho e sem asas suficientemente fortes para plainar pelo ar, caímos e na queda nos ferimos. Procuramos inúmeras formas de consertar a nossa asa quebrada, mas não é tão simples assim… precisamos nos render ao tempo, retornar ao ninho, reconhecer que ainda não estamos prontos, procurar abrigo seguro e permanecer em silêncio, em repouso, esperando que nossa cura aconteça nos limites do nosso corpo, independente do nosso querer. A certeza que fica é que o tempo cura tudo, mas precisamos conceder ao tempo o próprio tempo… Todas as nossas quedas podem ter um nome… tem a que se chama “Orgulho”, tem a “Teimosia”, tem a “Desafio”, tem a “Burrice”, tem a “Aventura”, tem a “Indisciplina”, tem a “Pressa”, tem a “Carência”, tem a “Desobediência”, tem a “Curiosidade” entre tantas outras… Mas acima dos nomes que podemos dar às nossas quedas, ao nos esvaziarmos de nós mesmos, podemos experimentar a fortaleza de sempre sermos capazes de encontrar uma mão estendida, chamada “Misericórdia”, filha do “Amor” e da ”Esperança”. Que possamos segurar nas mãos de Deus e com esperança cega naquEle que é o único que vai ao nosso encontro no vazio de nossa alma, na lama em que nos colocamos, no escuro de nossas certezas e conceitos, busquemos um coração manso e humilde, que nos permita entender que há um tempo para todas as coisas e que o tempo de Deus é para sempre. Então, hoje, que é o dia que o Senhor reservou para cada um de nós, que sejamos capazes de nos olhar e dizer: “É só dar tempo ao tempo, passarinho. Deus cumpre suas promessas!”

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